terça-feira, 6 de outubro de 2015

POEMA – O Solar Maldito

O SOLAR MALDITO
A lua brilhava misteriosa no céu revoltoso.
Na janela, aparecendo apenas quando relâmpagos explodiam,
Avistada era a sinistra figura de um idoso.


A casa  um obscuro solar maldito  era grande e imponente como um antigo castelo.
Coisas bizarras e inimagináveis ali já aconteceram:
Crianças morreram, pessoas enlouqueceram e um homem brutalmente assassinou sua noiva com um pesado martelo.

Dentro da casa, sons inexplicáveis faziam o sangue gelar;
Sombras impossíveis pareciam se mover como se estivessem vivas,
E, na penumbra insidiosa, quando o terror desolava a alma, para afastar as trevas não adiantava sequer gritar.

Ficar muito tempo naqueles labirínticos corredores escuros, onde velas bruxuleavam fracamente, podia não fazer muito bem para nossas mentes,
Pois influências não naturais emanavam das chamas tremulantes e das paredes;
E, em pouco tempo, o mais corajoso dos homens estaria olhando receoso para os lados e rangendo apertadamente os dentes.

Nos espelhos e pelas escadarias pavorosas, vultos corriam e espectros indistintos surgiam e desapareciam.
Em uma fração de segundo, flashes de luz davam a tudo um aspecto de negativo de fotografias,
Com seus lampejos trazendo memórias de coisas que existir não mais deveriam.

Uma mulher enforcada na varanda; uma criança ensanguentada na cozinha.
No porão, mais um gélido cadáver;
No sótão, uma cadeira que se mexia sozinha.

Mas o mais estranho era a figura do velho – do esquisito e assustador idoso.
Ele surgia na janela sempre às três da madrugada – esse visitante não convidado –
E desaparecia misteriosamente com a aurora, no vidro apenas deixando marcado um negro bolor horroroso.
O poema "O Solar Maldito", feito em homenagem aos antigos filmes e histórias de terror sobre casas mal-assombradas e às músicas do King Diamond sobre o tema, está presente no livro "A Caixa de Natasha e outras histórias de horror". As imagens utilizadas nesta publicação foram retiradas dos seguintes álbuns do King Diamond: Abigail II, Voodoo e Them.

3 comentários:

  1. Ótimo poema! Descreve perfeitamente os filmes de terror, não só o que vemos, mas aquilo que fica em nossa memória.

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    1. Fico feliz que tenha gostado, Natanael. A intenção foi justamente a de captar a atmosfera desses filmes, além daquilo que fica em nossa memória, como você bem disse.

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