sexta-feira, 15 de abril de 2016

POEMA – Sozinho

SOZINHO
Ao sono derradeiro desde o triste rebento,
Percorro o mais lúgubre caminho;
Sob negro e revoltoso firmamento,
Caminhando errante, vacilante, sozinho...


Trevas e névoas são meus anjos-guia,
O ópio e o absinto, meu pão e meu vinho;
Por vultos e sombras disformes sigo minha via,
Existindo errante, vacilante, sozinho...

O tumulto quimérico a que chamam realidade
Nada mais é do que minha coroa de espinho;
Busco a alucinação, não a felicidade,
Sonhando errante, vacilante, sozinho...

À noite, em esquecidas grutas e catacumbas,
Vivo o obscuro sonho, o pesadelo em torvelinho;
Em estertores finais nas mais densas penumbras,
Morrendo errante, vacilante, sozinho...

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